"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 29 de julho de 2014

ARENA, AEROPORTO E O LEGADO DA COPA

Trincheira Sta Rosa em matéria de 23/07/14Midianews/TonyRibeiro

José Antonio Lemos dos Santos

     Quando da preparação para a Copa um dos grandes temores era que as obras que não fossem concluídas a tempo do grande evento jamais ficassem prontas depois. Um temor procedente e que seria real caso a gente mato-grossense fosse composta apenas de “bobós-lelés”. Mas não, apesar de sua excessiva boa-fé e timidez na reivindicação de seus direitos, o mato-grossense, incluso o cuiabano, é um povo inteligente, produtivo e lutador, que fez de seu estado o maior produtor agropecuário do país e um dos maiores do mundo, apesar de sempre tão abandonado pelos governos, em especial, o federal. 
     Entretanto, há sinais preocupantes, pois, passada o grande dinamismo nas obras nos últimos meses precedentes à Copa, elas hoje estão praticamente paradas, com exceção das ligadas ao VLT, ainda que em ritmo lento. Falam em ajustes de cronogramas, acertos dos turnos extraordinários de trabalho, etc., e o governador continua garantindo que tudo estará pronto ao final de seu governo. Contudo, pela complexidade, e importância das intervenções o assunto não pode ser deixado apenas a cargo do governo estadual, até porque a maioria das obras envolve também o governo federal e até o municipal. Será preciso muito protesto e muita cobrança organizada da população, aproveitando que o pós-Copa ainda interessa à imprensa mundial.
     Ademais, a história vem ensinando dolorosamente ao mato-grossense, e muito especialmente ao cuiabano, que não dá para ficar só esperando El-Rey, não só porque ele já era, como também porque seus sucessores têm pouco ou nenhum compromisso com o interesse público. E nesse sentido há sinais animadores. Semana passada, por exemplo, o trade turístico movimentou-se em conjunto protocolando junto à Infraero um documento cobrando a continuidade das obras do aeroporto, cuja não conclusão foi usada como motivo para suspensão da linha internacional para Santa Cruz de la Sierra, causando enormes prejuízos ao setor que investiu em novos hotéis e restaurantes, bem como no desenvolvimento de eventos internacionais agendados em função da existência do voo. Neste caso nunca é demais lembrar a histórica má vontade do governo federal e ultimamente da Infraero para com Cuiabá quanto aos aeroportos, desde a construção da primeira estação de passageiros na década de 60 que só aconteceu quando uma primeira-dama do país precisou ir ao banheiro, até a atual e ainda precária ampliação, que só aconteceu por causa do milagre da Copa e dos compromissos internacionais assumidos pelo país para o evento.
     Outro bom sinal veio com a veemente manifestação da nova direção da Federação Mato-grossense de Futebol, do Cuiabá Esporte Clube e de parte da imprensa esportiva cobrando do governo estadual a discussão pública sobre o destino da Arena Pantanal, visando assegurar que o já tão querido equipamento exista em favor dos interesses do povo mato-grossense, que afinal foi quem bancou sua construção, em especial de seu futebol. Um equipamento de mais de R$ 500,0 milhões tem que ser visto como poderosa ferramenta de política de Estado para o desenvolvimento multissetorial, e não para ser simplesmente concedido a algum grupo privado sem uma clara definição prévia de compromissos com os interesses públicos locais. 
     Antes a Copa forçava a conclusão das obras. Agora só nos resta a cobrança eficiente e as armas que temos são o protesto organizado e o voto. A Copa foi uma invenção do Bom Jesus para sacudir os cuiabanos visando à preparação de Cuiabá para o Tricentenário. Parece que deu certo. A conclusão do legado vai depender de muita luta, e parece que ela já começou com o Aeroporto e a Arena. Não pode parar. Viva! 
(Publicado em 29/07/2014 pelo Diário de Cuiabá)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

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quarta-feira, 23 de julho de 2014

TORCEDORES LIMPAM A ARENA

www.cuiabaesporteclube.com.br

Os torcedores do Cuiabá aderiram uma iniciativa que aconteceu na Copa do Mundo da FIFA 2014, idealizada pelos torcedores japoneses, que vieram até a Arena Pantanal no jogo entre Japão e Colômbia.

No último domingo(20), no duelo que gerou a vitória do Cuiabá por 3 a 2 sobre o Paysandu pela Série C do Campeonato Brasileiro, a torcida organizada Raça Cuiabana, que acompanha o Dourado nos jogos em casa, resolveu dar exemplo de educação após a partida.

Eles se uniram e fizeram uma limpeza no setor Leste da Arena Pantanal, de onde torceram pelo time mato-grossense.

Este sinal de bom exemplo mostra além de educação, que eles querem continuar tratando a Arena como a nova casa do Dourado, que mandará os próximos compromissos no local.

O próximo jogo na Arena Pantanal será no dia 03 de agosto, onde acontece uma rodada dupla com os duelos entre Operário e Tombense(MG) e Cuiabá e CRB(AL).

terça-feira, 22 de julho de 2014

O VOTO EM LISTAS OCULTAS


José Antonio Lemos dos Santos

     Como tenho feito nos últimos anos eleitorais e já fiz neste, peço de novo que me perdoem os especialistas em política, mas, como qualquer cidadão preocupado com os destinos de sua cidade, estado e país incorporo a majestade do eleitor, principal agente da democracia, e não dá para fugir aos assuntos políticos. Assim, deixo um pouco as questões regionais e urbanas para abordar outra vez um assunto que me incomoda a anos. Refiro-me às eleições proporcionais, ou melhor, a forma como ela é praticada no Brasil, que me parece desvirtuar as intenções de voto do cidadão. É comum se ouvir que o cidadão não sabe votar e que é dele a culpa pelos políticos que o país tem e, em consequência, pela qualidade dos nossos governantes. Coitado, desrespeitado e maltratado, paga a conta e ainda sai de bandido. 
     Como todos sabem, o Brasil tem dois tipos de eleições, as majoritárias e as proporcionais, e é importante que existam as duas. Nas majoritárias vence o candidato que tiver mais votos. É simples e todo mundo sabe em quem está votando. Nas proporcionais já não é tão simples assim. O cidadão escolhe um candidato e seu voto pode eleger outro, muitas vezes até eleger um que ele não queria ver eleito. Nas eleições proporcionais o objetivo é fazer a divisão proporcional do poder político entre as diversas correntes partidárias, proporção esta expressa no número de cadeiras parlamentares que cada corrente conquistar pelo voto. Tais cadeiras são ocupadas pelos candidatos mais votados em cada corrente, a maioria dos quais, contudo, não é escolhida diretamente pelo eleitor. Por isso os mandatos das eleições proporcionais são dos partidos e não dos candidatos. Esta é a beleza das eleições proporcionais, mas também seu grande mal entre nós. 
     Em suma, o eleitor pode escolher um bom candidato e eleger sem querer outro do mesmo partido ou coligação a qual pertence o candidato escolhido. O eleito pode até ser um que o eleitor quisesse banido da vida pública. E é o que geralmente acontece, pois as listas dos candidatos discriminadas por partido ou coligação não são mostradas aos eleitores, deixando o eleitor sem saber quem seu voto pode eleger de fato. As listas de candidatos dos partidos são montadas habilmente pelos seus caciques de forma a garantir suas próprias eleições ou de seus escolhidos, não necessariamente os da vontade do eleitor. Do eleitor eles só querem as cadeiras. Por que esse sistema não é bem explicado ao povo? Por que as listas não são divulgadas claramente? Enquanto isso prevalece a falsa ideia de que as eleições proporcionais são iguais às majoritárias e, assim, as coisas continuam como estão com o povo sendo enganado no seu próprio voto, elegendo e legitimando muitos daqueles que não gostaria de ver eleitos ou reeleitos.
     As eleições proporcionais são importantes desde que bem explicadas, e, em especial, desde que mostrando ao eleitor a lista de candidatos que seu voto pode de fato eleger. Podia ser no verso dos “santinhos” dos candidatos, em vez dos usuais calendários, receitas ou escudos de times de futebol. É fácil culpar o eleitor pela qualidade de nossas bancadas, se não lhe é dado saber em quem de fato está votando. A divulgação em massa pela Justiça Eleitoral de peças publicitárias explicativas sobre as eleições proporcionais bem como das listas discriminadas dos candidatos, sem prejuízo da campanha individual dos candidatos, seria uma boa providência até vir a Reforma. Informado, o eleitor veria que junto a seu candidato escolhido pode ter outro ou outros que ele não quer eleger, mas que muitas vezes ganha a cadeira com seu voto de boa fé. Aí os partidos pensariam muito antes de colocar certos nomes em suas listas. 
(Publicado em 22/07/2014 pelo Diário de Cuiabá)

terça-feira, 15 de julho de 2014

A COPA E O VOO INTERNACIONAL

amaszonas.com

José Antonio Lemos dos Santos

     A Copa 2014 passou e já virou história. Deu Alemanha, merecidamente. Pena que a seleção brasileira tenha sido um fracasso. Ruim, não por ter perdido, mas por não ter merecido ganhar. O brasileiro não merecia que um de seus mais queridos patrimônios, sua seleção de futebol, fosse tão malpreparada como nesta Copa em seu próprio país. Era para redimir 50 e redimiu para pior! Mas a seleção reflete muito bem o nosso país, rico, cheio de potenciais, clima maravilhoso, sem terremotos ou vulcões, uma gente boa, ordeira e trabalhadora, mas com dirigentes que nunca estão à altura, em todos os poderes e instâncias. E não é de hoje. O sucesso que alcançamos em algumas áreas é fruto do trabalho, criatividade e persistência do povo. E assim nossas seleções com seus jogadores. Desta vez, porém, os dirigentes chegaram ao inimaginável expondo nossos craques e o povo torcedor a uma humilhação sem precedentes, em sua própria casa.
     Contudo, para Cuiabá a Copa foi um sucesso. Por formação profissional trabalho com o futuro e já devíamos estar pensando no Tricentenário. Mas como cuiabano gosto de parar um pouco para saborear o presente em algumas vitórias, em especial estas que vieram apesar de tantas oposições, previsões negativas, ciladas, etc. E os resultados positivos continuam aparecendo. Semana passada um importante instituto publicou o resultado de uma pesquisa feita em Cuiabá com moradores e turistas da Copa do Pantanal na qual 91,6% dos visitantes aprovaram a Copa em Cuiabá e recomendariam Mato Grosso como destino turístico. Para 86,3% dos moradores a Copa foi fundamental para as transformações na cidade e 73% avaliaram positivamente estas transformações. Ainda segundo a pesquisa, 72,5% dos cuiabanos acham que Cuiabá não passou vergonha, como temiam antes da realização dos jogos.
     Cuiabá também ganhou a simpática propaganda da Skol contrapondo os 40 graus acima e abaixo de zero da cidade e da Rússia, cuja seleção e seus torcedores vieram para uma das partidas da Copa do Pantanal. Lembra aquela música do Skank da década de 90 que falava em “como não sentir calor em Cuiabá”. Bem aproveitadas essas citações se transformam em emprego e renda. Junto a outros potenciais turísticos, o calor é um diferencial que Cuiabá e o estado podem oferecer aqueles bilhões de pessoas do planeta que vivem no frio extremo e têm vontade de conhecer as condições de clima opostas às suas. Assim como nós buscamos conhecer as belezas da neve e do frio intensos. 
     Na contramão, vem a má notícia da suspensão da linha Cuiabá - Santa Cruz de la Sierra, criada para a Copa, mas com planejamento de continuidade. A suspensão é atribuída à Receita Federal, porém prefiro apostar no desleixo e pouco caso de nossas autoridades, e isso vale para todos, desde os prefeitos e vereadores da Grande Cuiabá, governador, deputados estaduais e federais, senadores e todos os seus subalternos, todos muito bem remunerados para zelar pelas coisas do interesse de nossa gente. Não podiam deixar chegar a esse ponto. Por sua posição centro-continental, Cuiabá tem vocação para ser um dos principais hubs aeroviários da América do Sul, outro diferencial que pode significar empregos e renda. Esse voo internacional entrava como um dos principais legados da Copa do Pantanal e Mato Grosso não pode perdê-lo. Suspenso aqui, a linha iria para Porto Velho, assim como já perdemos a mesma linha para Campo Grande, na década de 90. Será que também querem desmoralizar esse grande potencial da cidade, como fizeram com o gás que chega a Cuiabá, mas poucos usam por falta de credibilidade? Assim como os dirigentes do nosso futebol conseguiram fazer com nossa seleção? Vamos perder de novo esse importante voo? 
(Publicado em 15/07/2014 pelo Diário de Cuiabá, ... )

Para quem ainda não viu a propaganda da Skol veja o link:

https://www.youtube.com/watch?v=z12SRlH-RPQ

terça-feira, 8 de julho de 2014

A AZEITONA É NOSSA!

Cuiabá x Inter Arena Pantanal (Globoesporte)

José Antonio Lemos dos Santos

     Independente do Brasil ser ou não campeão, Cuiabá e Mato Grosso já ganharam esta Copa de 2014. E começaram a ganhar em 2006 durante uma visita do presidente da CBF ao estado quando o então governador Blairo Maggi decidiu que Cuiabá disputaria uma das sedes da Copa, na época ainda só 10 e o Brasil nem estava definido como sede da Copa. Uma postura de coragem que nunca faltou ao cuiabano, mas também de audácia, esta nem sempre presente neste povo pacato que sempre se vê apequenado, incapaz de valorizar a si e as suas coisas ou reivindicar o que lhe é de direito e devido por conta de tudo o que produz para o Brasil. O mesmo vale para o mato-grossense que apesar de alimentar o mundo vive acuado, acusado de destruidor do planeta justo por aqueles que fabricam armas de destruição e se alimentam de nossa produção. 
Mixto x Santos na Arena Pantanal  (noticia.bol.uol) 

     Mato Grosso ganhou a sede da Copa do Pantanal para Cuiabá, assumindo o enorme desafio da preparação para o grande evento, desafio de porte talvez jamais assumido por Mato Grosso ao longo de sua história. Mesmo sob intenso fogo dos interesses das cidades preteridas e daquela parte da imprensa nacional que até hoje não engoliu a escolha de Cuiabá, a Copa do Pantanal aconteceu em Mato Grosso com brilhantismo, e a pequenina sede acabou dando um show de cordialidade, hospitalidade e calor humano, com tudo funcionando a contento.
     E aquela cidade distante, no coração do continente, aquela coisinha estranha no ninho não era um patinho feio, mas, na verdade, um belo tuiuiú, desengonçado ao levantar voo, mas que voou bonito, serenando nos céus pantaneiros. Quanto vale uma simples citação no New York Times, um dos jornais mais importantes do mundo? E que tal duas matérias? A primeira, não muito simpática é verdade, mas bastou iniciar a Copa do Pantanal para o poderoso jornal se render exaltando a boa surpresa da “menor das cidades-sede” em nova e bela matéria. Até o insuspeito UOL colocou a belíssima Arena Pantanal como a primeira entre todas as arenas da Copa após pesquisa com os jornalistas estrangeiros presentes no grande evento no Brasil. Trata-se de um importante reconhecimento, pois, não se sabe porque, o importante site sempre dedicou especial “carinho” a Cuiabá, destilando críticas, comentários e mesmo matérias amplificando aspectos negativos nem sempre comprovados sobre a cidade e sua preparação. 
Luverdense x Vasco, torcida chegando à Arena Pantanal. (circuitomt)

     E logo surgem grandes times nacionais em dificuldades para atrair grandes públicos em seus estádios querendo usufruir deste rentável encantamento inicial da Arena Pantanal sobre amantes ou não do futebol. Calma. Agora é hora de saber administrar esse grande legado da Copa em favor dos interesses de Cuiabá e Mato Grosso, em especial, dos times locais que já há algum tempo avançam no cenário futebolístico nacional, para os quais a Arena deverá ser poderosa ferramenta de formação e consolidação de suas torcidas, os verdadeiros lastros de qualquer time no mundo, como defende com firmeza o senhor Helmute Lawisch, presidente interino da Federação Mato-grossense de Futebol. O primeiro jogo na Arena do Pantanal depois da Copa deveria ser uma nova grande festa, agora a preços acessíveis ao povo, com uma partida de algum dos nossos times em suas lutas difíceis pelo tão disputado acesso a níveis mais elevados do futebol nacional. Poderia ser a partida entre o Cuiabá e o tradicional Paysandu, de Belém do Pará, programada para o próximo dia 20, decisiva para a permanência do nosso atual bicampeão no topo da série C do campeonato nacional. Mas não, antes disso a Arena receberá uma partida da série B entre dois times de fora do estado. E mais uma vez lá vai nossa azeitona rechear a empadinha alheia. Uma pena. Mas vamos para frente! 
(Publicado em 08/07/2014 pelo Diário de Cuiabá, ...)

terça-feira, 1 de julho de 2014

VITÓRIA

Foto Renê Dióz/G1

José Antonio Lemos dos Santos

     Após uma semana do último jogo da Copa do Pantanal só agora comemoro a vitória de Cuiabá ante os desafios de ter sido uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Meu último artigo foi no dia do jogo final, portanto, escrito no dia anterior, já festejando o sucesso do evento, contudo sem poder cantar a vitória tão esperada, afinal ainda pairavam ameaças sobre a Copa no Brasil. Seguindo a sabedoria futebolística, o jogo só acaba quando termina e era melhor esperar o fim da festa para cantar a vitória, que afinal se confirmou. Agora é possível desabafar a satisfação e o orgulho, como um grito que nos estivesse entalado abafando mais de 5 anos de perspectivas, projetos, problemas, transtornos, armadilhas, preconceitos e humilhações vividas e sofridas por Cuiabá e sua gente. Enfim, a vitória! 
Foto Renê Dióz/G1

     A Copa do Pantanal foi a oportunidade única para a cidade receber investimentos públicos e privados que de outra forma não receberia nas próximas décadas. Até brinquei meio a sério que a Copa teria sido um artifício do Bom Jesus para colocar seu povo nos novos tempos que Cuiabá vive como centro de uma das regiões mais dinâmicas do planeta, e prepará-la dignamente para a festa do Tricentenário, em 2019. Assim, por enquanto a vitória é pela realização dos jogos da Copa em um clima de festa e harmonia com a presença de mais de 100 mil turistas colorindo as ruas e praças da cidade, lotando a Arena Pantanal e o Fan Fest, que se completaram com a Arena Cultural, feliz iniciativa da prefeitura de Cuiabá. Mesmo não comungando politicamente com eles, há que se parabenizar aqueles que seguraram o boi pelo chifre, em especial o governador Silval Barbosa, o secretário Maurício Guimarães e o ministro Aldo Rebelo, este, inclusive pela defesa convicta que sempre fez de Cuiabá nos debates nacionais sobre o assunto. 
Foto Esporte Terra

     A vitória é grandiosa, pois a batalha foi muito dura e maior do que se esperava. Além das dificuldades iniciais da disputa pela conquista da sede, eram esperados os enormes problemas próprios de um conjunto tão grande de investimentos em tão curto prazo, em especial diante das precárias condições da cidade e do estado em termos de maturidade política, de planejamento, cadastro de infra-estrutura, articulação entre órgãos, etc., dificuldades que se confirmaram, tanto que mais da metade das obras públicas não foram concluídas a tempo. Eram previsíveis campanhas patrocinadas pelos interesses das cidades preteridas como sedes, e estas foram intensas e contínuas com fiscalização microscópica, espetacularização de factoides e notícias negativas, algumas falsas ou não comprovadas, e outras práticas visando desqualificar e desestabilizar a escolha de Cuiabá, na esperança frustrada de uma eventual transferência. Chegaram a atear fogo na Arena! A parte boa dessa disputa extemporânea é que os órgãos oficiais de fiscalização ganharam a parceria, bem ou má intencionada, da imprensa nacional, internacional e até mesmo local. Sem por a mão no fogo, jamais um conjunto de obras foi tão fiscalizado neste país. 
     Mas para Cuiabá a Copa vai além dessa festa tão bonita que foi a Copa do Pantanal e implica na conclusão de todo o seu legado de obras públicas não concluídas e que ainda vão exigir muita atenção e cobrança pela população. O importante é que a Copa do Pantanal aconteceu com enorme sucesso em todos os sentidos, superando as expectativas dos maiores otimistas. Mas, ainda que importante, a festa da Copa do Pantanal é apenas uma parte da grande luta de Cuiabá por melhores padrões urbanísticos e mais qualidade de vida, cujo horizonte de planejamento deve ser agora deslocado para 2019, para a festa do Tricentenário. Como aprendemos, 5 anos passam muito rápido. 
(Publicado em 01/07/2014 pelo Diário de Cuiabá)