"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



segunda-feira, 5 de março de 2018

ATRÁS DA COPA AMÉRICA

Foto Midianews

José Antonio Lemos dos Santos
     Semana passada foi noticiado o interesse da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer do Estado em pleitear para a Arena Pantanal ao menos uma fase da Copa América. Noticiou-se também a visita do prefeito de Cuiabá à CBF oferecendo a cidade como alternativa para grandes eventos daquela entidade. Mesmo com mínimas chances quanto a Copa América pelo número restrito de sedes, trata-se de pleitos justos e válidos, afinal Cuiabá acolheu com total sucesso uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 sob os olhos do Brasil e do planeta. Para esse êxito recebeu seu maior pacote de investimentos públicos e privados concentrados em curto espaço de tempo, e impôs uma dose muito grande de desconforto urbano para sua população com o intuito de se preparar em termos de infraestrutura para o grande evento.
     Ainda que tais investimentos não tenham sido concluídos totalmente por problemas diversos, a cidade sem dúvida deu um salto em termos de estrutura urbanística e prestação de serviços urbanos.  Depois de todo esse esforço, que continua na conclusão de parte das obras e no pagamento das dívidas, nada mais natural e até imperativo que as autoridades do estado, de Cuiabá e Várzea Grande (no mínimo), e as entidades civis ligadas ao comércio e ao trade turístico busquem, promovam e fomentem eventos de médio e grande porte, não só futebolísticos, capazes de otimizar a infraestrutura disponível gerando trabalho, empregos e renda. O setor hoteleiro por exemplo dobrou sua capacidade confiando em um esforço institucional pós-Copa na promoção do turismo no estado, o que não aconteceu.
     Hoje, às vésperas de comemorar 300 anos Cuiabá dispõe de um aeroporto com capacidade triplicada em relação ao período pré-Copa, um sistema viário com grandes melhorias, um ótimo centro de convenções, uma rede hoteleira, de restaurantes e bares de alta qualidade e sofisticação, belos parques urbanos e uma fantástica Arena Pantanal de fazer inveja a muitos lugares do mundo. Tudo isso em meio às atrações do Pantanal, do Cerrado, da Amazônia, da Chapada, das “plantations high-tech”, das águas termais e de um calor sadio inigualável. Sempre disse meio brincando, meio a sério que a Copa do Pantanal foi um artifício do Senhor Bom Jesus de Cuiabá para preparar sua cidade para as festas de seu Tricentenário. E foi. Ainda pode dar certo com um pouquinho de ajuda das autoridades, das lideranças locais e nossa.
     Assim, o correto é que o pessoal daqui corra atrás de eventos importantes que tragam público e dinheiro, promovendo o nome da cidade e do estado na maior amplitude nacional e global possível. Daí a importância da manifestação do interesse da secretaria estadual no sentido da pré-candidatura da Arena Pantanal como um dos palcos da Copa América no ano que vem, ano do Tricentenário de Cuiabá, o que seria mais um argumento favorável à pretensão. Daí a importância também da visita do prefeito de Cuiabá à CBF. Estranha-se até agora o silêncio dos demais setores governamentais e entidades civis ligadas ao comércio e ao turismo no estado e em Cuiabá e Várzea Grande.
     Uma importante informação para concluir. No sábado passado o jogo Flamengo x Botafogo com times titulares no Engenhão, Rio de Janeiro, contou com 7.126 pagantes e uma renda de pouco mais de 200 mil reais. No sábado anterior na Arena Pantanal o Fluminense x Flamengo teve 15.884, mais que o dobro, rendendo quase 1 milhão de reais, quase 5 vezes mais, mesmo tendo sido um jogo confirmado de última hora, numa semana de chuvas constantes em Cuiabá, inclusive no dia e o Flamengo anunciando aos 4 ventos que jogaria com time totalmente reserva. Ainda assim, tem gente que achou um fiasco o Fla x Flu do Pantanal.

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